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CAPÍTULO II – DANNY MUCAMBE


Senti um aroma, como que se acariciando o meu olfacto, capturou-o e deixou-o cativo, não percebia do que se tratava pois a lucidez se havia à muito apartado de mim. A única coisa que me consolava eram as imagens do meu quarto e da minha cama desfilando sem se cansar em minha mente que já não funcionava do jeito que devia.
Curioso para saber a proveniência daquele aroma que me acariciava o olfacto, virava e revirava o pescoço (sem fazer grandes movimentos com o corpo que já estava esgotado), para todos os cantinhos do mundo como se de uma ventoinha se tratasse, mas a minha visão embaçada não colaborava com os meus intentos.
E aquele aroma, depois de alguns minutos, lentamente dando suaves voos e mergulhos em volta da atmosfera que me circundava, parecia fazer em mim uma revolução, um milagre, uma revitalização que não há como explicar de forma lógica. Lentamente retomava o controlo do meu corpo, minha visão já me obedecia e meus pés revigoravam-se. Os sons me chegavam na frequência certa e as cores se apresentavam, indubitavelmente, no espectro em que deviam, em fim, em menos de 5min eu era eu novamente. No verdadeiro sentido.
Deves estar a questionar: mas como? Como isso foi possível?
Pois é, foi exactamente a questão que me coloquei quando milagrosamente recobrei os sentidos.
Não soube nem sei explicar como aconteceu, só sei dizer que depois disso aprontei-me, em debandada, para procurar com mais determinação e afinco a proveniência daquele aroma que me tirou do meu estado moribundo meio morto-vivo e me trouxe a lucidez.
Repeti o processo que não dera muito certo quando ainda definhava em cansaço no estado moribundo meio morto-vivo, tornei a virar e revirar o pescoço, dessa vez com todo o meu corpo junto, para todos os cantinhos do mundo como se de uma ventoinha se tratasse. Não tardei para encontrar o que procurava, fiquei atónito, sem reacção, com toda a atenção capturada e direccionada para uma única direcção, o que se apresentava diante dos meus olhos é algo que jamais serei capaz de, por palavras explicar ou descrever fielmente.
A fonte daquele aroma era algo que por mais que tivesse recobrado a lucidez e todos os sentidos, não conseguia acreditar que meus olhos me estivessem a ser sinceros, era demais para que fosse real. Talvez não estivesse totalmente lúcido, talvez estivesse a delirara ou qualquer outra coisa, na verdade, qualquer outra opção parecia ser mais fácil de aceitar e julgar verdade do que acreditar que deveras vira o que se apresentara diante dos meus, antes cansados mas agora revigorados olhos.
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