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Militares capturam professor que colaborava com terroristas há quatro anos em Balama

 



Já lá vão quatro anos desde que os terroristas realizaram a primeira incursão na vila municipal de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, colocando Moçambique no mapa global dos Estados onde a actividade terrorista está presente.

Mas desde Julho de 2021, a órbita dos ataques terroristas mudou com a presença de forças militares estrangeiras que vieram implantar um outro poder de fogo no Teatro Operacional Norte (TON), colocando os terroristas em constante fuga das regiões anteriormente ocupadas.

Deste facto, segundo dados colhidos pela nossa reportagem, há dias quatro terroristas confessos foram detidos numa residência localizada no bairro Marimba, no distrito de Balama, na província de Cabo Delgado. Eles foram detidos numa casa que pertence a um professor (de 40 anos de idade) do ensino primário afecto a uma escola local, e conhecido localmente por Abdalá, depois de denúncias populares às autoridades policiais e militares.

Na investigação conduzida pela nossa reportagem, apuramos que o professor Abdalá era quem movimentava alguns valores monetários em bancos locais, pertencentes ao grupo que actua mais a norte da província de Cabo Delgado.

De fontes devidamente reputadas, "Carta" apurou que tudo começou quando o irmão mais novo do professor Abdalá que no período em que os ataques terroristas eclodiram residia e desenvolvia as suas actividades comerciais no corredor entre Palma e Mocímboa da Praia, tendo depois ingressado no grupo terrorista e participado em vários ataques.

Entretanto, e segundo nossas fontes, enquanto o irmão assassinava civis e militares nas matas, o professor Abdalá recebia valores monetários que depositava em contas de particulares no distrito de Montepuez e adquiria produtos diversos para as visitas que se hospedavam na sua residência no bairro Marimba. Conforme garantiram as fontes, tudo decorreu nos últimos quatro anos em que as acções terroristas se fazem sentir nos distritos do norte e parte do centro de Cabo Delgado.

No local, segundo revelou uma fonte militar, foi encontrado material bélico. Entretanto, outros elementos do grupo ora detido pelas FDS disseram que viviam na referida casa, a título de aluguer e que os outros integrantes haviam se ausentado do local, uma versão que viria a ser desmentida, após a detenção do professor Abdalá, apontado como uma das várias pessoas que movimentava os valores monetários alegadamente pertencentes ao grupo entre 2018 e 2022.

Refira-se que foi precisamente no bairro Marimbá, em Balama, onde em finais do ano passado, nove terroristas foram detidos pelas FDS. Entre eles estava um indivíduo que responde pelo nome de Sualey, apontado na altura como quem tinha ligação directa com algumas figuras centrais do núcleo dos terroristas e que teria recrutado alguns jovens a nível do distrito de Balama, donde é natural

No entanto, estas detenções surgem numa altura em que se verifica o abrandamento dos ataques terroristas em certas zonas críticas, e o retorno da circulação de viaturas e de transporte semi-colectivo em alguns troços tidos como tenebrosos e propensos aos ataques terroristas que já provocaram mais de 3.100 mortes, cerca de 800 mil deslocados internos e a destruição de aldeias e vilas dos distritos assolados. (O.O.)

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