Em uma nota de imprensa enviada aos órgãos de comunicação social, o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) revelou que a detenção de Duvane ocorreu na sequência de uma queixa apresentada por um agente económico que se dedica à venda de vestuário e calçado num estabelecimento situado na baixa da cidade de Maputo.
Segundo o GCCC, Duvane teria ordenado a apreensão de mercadorias no estabelecimento comercial em alusão, no âmbito de uma visita inspectiva efectuada por uma brigada da INAE no dia 22 de Abril último, sem, contudo, levantar o auto e emitir a multa. De seguida, solicitou o pagamento de 2 milhões de Meticais como condição para a devolução da mercadoria, dos quais veio a receber uma parte correspondente a 250 Mil Meticais.
O GCCC garante haver fortes indícios de prática de corrupção passiva para acto ilícito e de abuso de cargo, pelo que abriu um processo, com o número 30/11/GCCC/2022. A detenção de Duvane foi legalizada ainda ontem pela Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
Entretanto, em conferência de imprensa concedida na tarde de ontem, antes da emissão do comunicado de imprensa do GCCC, a INAE disse ter tomado conhecimento do sucedido através das redes sociais, porém, confirmou a detenção de um inspector sem avançar o nome e garantia ser prematuro ditar as razões por detrás da detenção.
Refira-se que Duvane é apontado como um dos inspectores mais regidos da INAE, sendo acusado de humilhar qualquer colega que se envolve em actos de cobranças ilícitas. No entanto, com a detenção deste inspector sénior, crescem as expectativas em torno das ramificações da rede de extorsão montada na INAE, acusada de ter extorquido diversos agentes económicos durante a vigência do Estado de Emergência e do Estado de Calamidade. (Marta Afonso)
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