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Apesar de Moçambique ter vivido durante 16 anos uma guerra civil que terminou com a assinatura do Acordo Geral  de Paz, em Roma, na realidade a sociedade moçambicana nunca chegou a estar reconciliada no sentido de aceitação mutua para que as pessoas vivam de forma saudável na democracia, na tolerância política e na aceitação das diferenças do outro e isso se trona mais evidente quando chega o período eleitoral.



Aristides Da Conceição é uma das muitas vitimas dessa não aceitação do outro por defender  idéias diferentes da Frelimo. Docente, ativista social e membro ativo da Renamo a nível do distrito de Derre, província da Zambézia, Da conceição sofreu atentado que quase lhe tirou a vida na campanha eleitoral de 2019 e como se isso não bastasse viu amigos e familiares próximos afastarem-se por ele advogar a causa da Renamo.

Em entrevista ao Contos Achados, Aristides Da Conceição afirma que as nomeações de membro da Renamo que acontecem a nível do DDR para ocupação de cargos  de direção nas FDS são como se diz na linguagem popular " para o inglês ver" . "Porque, o DDR se refere a pessoas da terceira idade, já reformadas. O regime da Frelimo tem a noção de que não pode nomear jovens pertencentes a partidos da oposição, para ocupar cargos de relevo a nível da administração do estado, porque eles têm a noção de que se um jovem da oposição assumir um cargo, ele pode ser espelho para os outros, e a idéia é cortar qualquer pensamento da juventude se filiar a oposição".

Da Conceição diz ainda que "uma vez membro de um partido da oposição, o funcionário do aparelho do estado deve tirar da cabeça que um dia vira a  liderar um determinado sector, porque se ele esperar assumir um cargo e isso não acontecer, pode criar fragilidade naquilo que são as causas pelas quais ele luta. Deve sim, ser um bom funcionário diante da comunidade e não só, por que qualquer falha, os militantes da Frelimo podem lhe criar armadilhas". Os camaradas têm mais chances, mesmo que eles sejam incompetentes.


 

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