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QUE SEJA DECRETADA TOLERÂNCIA DE PONTO NA AUDIÇÃO DO ARMANDO GUEBUZA NA B.O - Ossufo Momade

 


Caros moçambicanos, hoje trabalhamos com as populações do posto administrativo de Dómue, no Distrito de Angónia.

Chegaram-nos informações segunda as quais, o antigo Presidente da República, Armando Guebuza será o último declarante a ser ouvido na B.O. Nosso desejo, seria que ele à semelhança dos outros, estivesse na B.O como um dos réus. Apesar desta injustiça, não deixamos de apelar às instituições de justiça para que julguem a todos os envolvidos nas dívidas ocultas sem discriminação nenhuma.

No caso da audição do antigo Presidente da República, somos de opinião que devia se decretar tolerância de ponto em todo o país, no dia em que será ouvido, para permitir que todos os moçambicanos acompanhem o que efectivamente aconteceu na contratação das dívidas que colocaram Moçambique e os moçambicanos numa situação extremamente complicada.

Compatriotas, a população de Dómue, apesar de ser muito trabalhadora, ainda sofre com a pobreza extrema. Como é sabido, Angónia é o celeiro da província de Tete, onde se produz muito milho, batata reno, feijões entre outros produtos, mas, a falta de uma política clara para este sector faz com que os camponeses continuem pobres. Eles são obrigados a vender seus produtos a preços muito baixos, sendo o comprador quem decide o preço da compra, o que está errado!

Como se vê, neste ponto do país existe muita produção, pelo que, seria de grande importância, que se montasse alguma fábrica de processamento de produtos, para evitar que apodreçam e também para dar emprego aos jovens e não só. Todavia, é importante apetrechar as vias de acesso para permitir que os produtos sejam escoados, alimentando assim os mercados dos grandes centros urbanos do país e desta forma, reduzir a dependência do país ao mercado externo.

Na nossa interacção com as populações, perguntamos se tinham algum apoio do programa Sustenta, ao que responderam negativamente. Portanto, é visível que o governo do dia passa o tempo a enganar a comunidade internacional, dizendo que o Sustenta beneficia o povo, quando muitos donativos são desviados para alimentar as campanhas políticas da Frelimo, deixando a população camponesa ainda a praticar a agricultura de cabo curto.

Caros moçambicanos, ainda estamos longe de sermos um país efectivamente reconciliado, pois, a coabitação e tolerância política ainda são uma miragem no nosso país. Ontem, fomos forçados a reprogramar a nossa agenda, pelo facto de no Distrito de Tsangano, onde tínhamos agendado trabalhos com os nossos quadros termos sido impedidos de ocupar uma sala de aluguer para a realização dos nossos trabalhos, pois as duas únicas salas de conferências que o distrito possui, os responsáveis não permitiram que fossem usadas pela RENAMO. Também, na vila Ulóngue onde nos encontramos neste momento, pagamos antecipadamente uma sala de conferências, mas já na última hora, o dono da mesma ao tomar conhecimento de que a RENAMO é que queria ocupar a sala, decidiu devolver o dinheiro, como forma de inviabilizar o encontro. Isto é o cúmulo de ignorância e intolerância política. Apesar desse comportamento indecente, não vamos recuar na nossa missão de trabalhar para salvar Moçambique e os moçambicanos. Essas dificuldades só nos fazem crescer. Portanto, não vamos parar de realizar os nossos trabalhos com quadros e é por isso que apesar da tentativa de nos sabotar, realizamos nossos encontros, onde passamos uma mensagem de esperança por dias melhores para o nosso povo.

 

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