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Nyusi golpeia gazenses - Por Edwin Hounnou

 




Escovar ou lamber a bota do chefe, parecer fiel, obediente, com braços sempre no ar e sempre concordar com quem esteja acima de nós é a maneira mais fácil e comum de subir na vida, em Moçambique dos nossos dias. É o caminho adoptado por indivíduos incapazes que não sabem fazer mais nada para além de lhe sussurrarem ao ouvido que V. Excelência se compara a Deus; o Messias que chegou na boa hora; é a coisa mais que aconteceu nas nossas vidas, etc. Já ouvimos um ou dois secretários gerais do partido governamental a comparar o seu presidente a Cristo, prova evidente de um escovinha. 


Os escovinhas estão no governo central nos governos provinciais, nas secretaries de estado, nos municípios, nas administrações distritais ministérios e até nas empresas públicas e privadas. Há quem se esforce em andar de barriga a fim de agradar ao chefe para, em troca do tal sacrifício, receber uma promoção que deixa de fora o rabo da incompetência e incúria. São os grandes chefe que promovem a incompetência e ineficiência por preferirem se deixar rodeiar por nulidades.


A bajulação virou cultura dos sem-vergonha, uma forma de ser e de estar na sociedade. É uma profissão dos que nada sabem fazer. Qualquer um já verificou que, antes de qualquer intervenção, o deputado da Assembleia da República faz longos e enfadonhos elogios ao presidente do partido a que pertence. Isso é resulta da falta de meritocracia e competência. Acha-se que ocupa aquele cargo graças à benevolência do chefe e se não o venerar, corre o risco de perder o pão. Um bajulador não é capaz de perguntar ao chefe a razão de ser de uma certa decisão. Só se limita a cumprir ordens superiores e defende-se pela confiança política. Foi assim que precipitaram o país nas dívidas ocultas. Manuel Chang não perguntou sobre a obrigação de respeitar a lei. Ernesto Gove baseou-se na confiança mesmo que lei cambial não o permitisse. Isso acontece quando os interesses privados falam mais alto que o interesse público.


Chegou o tempo de termos uma lei que proíba aos governantes ainda no activo de atribuir seus nomes a infraestruras públicas como ruas, avenidas, escolas primárias, secundárias, universidades, centros de investigação científica, aeroportos, monumentos e museus. Devido à ausência de uma lei que interdite tais práticas, vemos o pulular de instituições públicas ostentando nomes dos respectivos dirigentes que mandaram conceber, aprovar os orçamentos da sua construção e eles próprios descerraram a lápide da sua inauguração. Há centenas de escolas primárias e secundárias que ostentam nomes de Samora Machel, Joaquim Chissano, Armando Guebuza e, agora, Filipe Nyusi, em todos os cantos do país. Uma das maiores pontes sobre o Rio Zambeze (Caia/Chimuara), chama-se Ponte Armando Guebuza. Guebuza recusou todas as propostas apresentadas por grupos da sociedade civil e outras organizações. Ignorou todos os protestos para que aquela infraestrura não tivesse o seu nome. Todos os protestos evocados caíram em saco roto. É assim como agem os nossos dirigentes. Leia mais aqui: /moambique_para_todos/2021/12/nyusi-golpeia-gazenses.html#more

Moçambique para todos)

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