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RENAMO defende diálogo com os terroristas de Cabo Delgado

 



"Apoiamos aqueles que aconselham à necessidade de se desencadear mecanismos de diálogo com os agressores visando alcançar uma paz duradoira e sustentável", declarou o chefe da bancada da Renamo na Assembleia da República, Viana Magalhães.

Magalhães falava no discurso inaugural da quarta sessão ordinária da nona legislatura da Assembleia da República, que arrancou esta quarta-feira (20.10).


Um processo de diálogo com os rebeldes "é uma tarefa urgente, que o Governo não pode adiar por mais tempo ou mesmo dela furtar-se", acrescentou o líder da bancada parlamentar do principal partido da oposição.


Importância do diálogo

Viana Magalhães assinalou que as forças conjuntas de Moçambique, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda estão a registar progressos no combate aos grupos armados na província de Cabo Delgado, mas os avanços não podem levar à desvalorização da via do diálogo para o fim da violência armada

O deputado considerou "inevitável" o apoio militar internacional contra a insurgência, mas criticou a alegada "secundarização" das Forças Armadas moçambicanas na frente de combate e o facto de o Governo não comunicar ao Parlamento informação sobre o desdobramento de contingentes militares estrangeiros no teatro de operações. "A prepotência falou mais alto, o problema foi sendo empurrado com a barriga e tudo vem sendo feito com desprezo pela Assembleia da República e total ausência de cultura de Estado", disse.


O chefe da bancada parlamentar da RENAMO criticou igualmente o facto de o Governo moçambicano ter aceitado a presença de tropas estrangeiras apenas depois de os grupos armados terem atacado a vila de Palma, perto dos projetos de exploração de gás natural.


"Se não tivessem sido beliscados tais interesses [no gás natural], o discurso da soberania persistiria, com o Governo impávido a assistir à chacina dos nossos concidadãos pelos terroristas. Agora vem o mesmo Governo e de boca cheia dizer que está preocupado com o povo", declarou.(DW)

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