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Nyusi garante estar a cumprir o acordo feito com Dlhakama



 O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, esteve, esta quarta-feira, tal como previsto, na Assembleia da República (AR), para apresentar o Informe Anual sobre a Situação Geral da Nação. No final da comunicação, Filipe Nyusi deu o ponto de situação: “o Estado da Nação é de resposta inovadora e de renovada esperança”.

 

Mas, a partir do pódio da magna casa, o Chefe de Estado não apenas fez a radiografia do país no presente exercício económico, como também decidiu tecer comentários sobre assuntos que estão na ordem do dia, e que, ao longo do ano, alimentaram diferentes paixões e emoções. E o processo que tem em vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Renamo foi um deles.

 

O Presidente da República disse que os passos que o processo tem estado a conhecer representam à letra os compromissos assumidos entre ele e o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e que, após o seu falecimento, foram dados continuidade por Ossufo Momade, actual timoneiro do partido.

 

Filipe Nyusi disse não haver espaço para dizer que não estão a ser materializados os compromissos assumidos entre ambos, precisamente, porque parte deles estão registados e outros “gravados” nas memórias das individualidades que participaram dos encontros, que, mais tarde, deram origem ao pacote de descentralização, bem como ao DDR. Vincou que as aludidas individualidades que tomaram parte das conversações são deputados (e estavam na sala do plenário) e outras estranhas ao órgão, mas da confiança do falecido líder da Renamo.

 

O Presidente da República disse também que algumas vozes, que têm aparecido a questionar os passos que têm sido dados no âmbito do DDR, sequer faziam parte do “núcleo negocial” ou ainda do rol das indicadas como “peças” de contacto.

 

“Não existem muitas condições para dizer que aquilo que o presidente Dhlakama queria não está a acontecer, isto porque algumas coisas estão registadas. As outras coisas estão nas memórias das pessoas que o acompanhavam. E algumas que ele não queria que eu dissesse que foi com fulano. E eu respeitei e continuo a respeitar. Existem essas pessoas. Algumas pessoas que falam agora, ele sequer me dizia que devia falar com elas. Então, precisamos de ter essa atenção para não obstruirmos o processo porque ele tem de continuar”, ripostou Filipe Nyusi.

 

O pacote da descentralização, bem como o DDR, explicou Nyusi, são resultado de várias sessões negociais e de um jogo de cedência das partes, pelo que devia ser acarinhado pelos moçambicanos.

 

Adiante, o Chefe do Estado deu o ponto de situação, no que ao andamento do processo de DDR diz respeito. Nyusi começou por dizer que haviam sido já encerradas um total de seis bases da Renamo, que se encontravam em Savane Muxúnguè, Inhaminga, Chemba, Marrínguè e Mabote. A base de Vanduzi, anotou, está contemplada para a segunda fase do processo, que terá lugar em 2021.

 

Até ao momento, disse o Presidente da República, foram desmobilizados 1.490 guerrilheiros, entregues 192 armas e 4.139 munições de diverso calibre, o que representava 29%, no que ao andamento do processo diz respeito. Aguardam pelo processo de DDR, tal como disse, 3.731 guerrilheiros do maior partido da oposição.

 

Junta Militar: “operações rigorosas contra o inimigo

 

O dossier Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, também não ficou sem resposta por parte do Presidente da República. Filipe Nyusi assegurou que as Forças de Defesa e Segurança estão a desencadear uma ofensiva contra aquele movimento dissidente da Renamo.

 

Filipe Nyusi explicou que a decisão de desencadear operações rigorosas contra a Junta Militar deriva do fracasso das diversas tentativas de diálogo com aquele movimento e do facto deste grupo continuar a protagonizar ataques armados, que têm saldado em óbitos e feridos, entre graves e ligeiros.

 

No entanto, o Chefe de Estado disse que continuava aberta janela de contacto, tendo em vista o estabelecimento do diálogo. “Nada nos resta agora senão desencadear operações rigorosas contra o inimigo. E é o que está a acontecer, neste momento. Penso que sabem. Vocês vivem nas províncias. Contudo, reafirmamos que continuamos abertos ao contacto, visando ao diálogo”, disse Filipe Nyusi. (Carta)

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