O autor da trilogia As areias do imperador sente-se feliz por ser o primeiro africano a vencer o Prémio Literário Jan Michalski. Mia Couto reagiu esta quinta-feira, no distrito de Dondo.
Mia Couto reagiu à sua mais recente distinção a partir do distrito de Dondo, em Sofala, ali bem perto da sua cidade natal. Como que procurando palavras, afinal fugidias, o escritor confessou que não tinha a consciência da importância do prémio literário, dizemos nós, com nome difícil de pronunciar: Jan Michalski.
Consumado o reconhecimento, posteriormente, o escritor procurou ver referências e quem já tinha sido antes laureado com o prémio literário Jan Michalski, ao mesmo tempo que se informou sobre os concorrentes. Aí percebeu a relevância e mais alguma coisa. “De facto, são nomes da literatura mundial, nomes que eu admiro e que venero. Portanto, sinto-me muito feliz. Sendo a primeira vez que um escritor africano ou de língua portuguesa vence o prémio, acho que tenho razão para me sentir feliz”. De seguida, Mia voltou a sublinhar que não escreve por causa dos prémios. “Pobre do escritor que anda atrás de prémios. Mas, se eles acontecem, é verdade que são importantes. É um estímulo”.
No distrito de Dondo, Mia Couto participava, na qualidade de membro do júri, na cerimónia de entrega de prémios a jovens criativos, nas áreas de empreendedorismo, inovação artística e inovação tecnológica, dirigida pelo Presidente da República. Durante o evento, Filipe Nyusi não deixou de se referir à distinção do escritor. “Com esta conquista que não é sua ou da sua família próxima, a literatura moçambicana atinge, mais uma vez, o topo universal. Dissemos que seremos dos maiores produtores de gás, mas, afinal, também somos dos maiores produtores do conhecimento da literatura ao nível do mundo. Mia Couto habituou-nos a esta graciosidade. Por isso, estamos bastantes orgulhosos”.
A trilogia As areias do imperador foi a que permitiu, em Paris, o reconhecimento a Mia Couto pela organização do prémio instituído há 10 anos. (Opais)
1 Comentários
Que feliz acontecimento e deveras prestigiante que coloca Mia Couto no cimo da montanha da literatura como um dos melhores da actualidade e no mundo da cultura e expressão linguística do poeta Luís Vaz de Camões. Congratulações! Eleva-se desta forma a Língua Portuguesa escrita e falada para um patamar bem conduzida desde então por um filho de África, de um país que aprecio e amo muito -Moçambique. Desejo todas as felicidades e um futuro auspicioso ao seu povo e governantes. Bem hajam.
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