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VÍDEO: Samora Machel em Portugal, outubro de 1983


O Presidente da República Popular de Moçambique, Samora Machel, não gozava de opinião unanimemente consensual em Portugal. A animosidade de muitos, que, pelo simples facto de discordarem do processo de descolonização ou por terem sido obrigados a fugir da guerra que entretanto ali se implantou, tornava a visita, que iniciou em 7 de Outubro de 1983, extremamente difícil e um grande desafio político a superar.


Samora Machel em Portugal, 1983


Logo no aeroporto de Lisboa, no qual foi recebido pelo "seu amigo Eanes" à porta do Tupolev onde se fez transportar para um périplo por cinco capitais europeias, Samora experimentou a contestação de algumas dezenas de pessoas, mas o sorriso exibido pelos dois presidentes deixava adivinhar que esta visita de "reconciliação com Portugal" seria um êxito. A frase que pronunciou à chegada - "Sinto-me em casa" - e o seu encontro em Coimbra com Miguel Torga foram a pedra de toque do tipo de relações que queria imprimir com os portugueses.

Samora viajou por todo o país durante seis dias, quebrou diversas vezes o protocolo indo ao encontro do povo, revelando-se uma figura apreciada por aqueles que o viram de perto.

Emocionou-se na visita que fez à Universidade de Coimbra e à Assembleia da República. No Museu do Pára-Quedista, em Tancos, enterrou as chagas da guerra colonial perante militares que haviam combatido em Moçambique.

Muitos daqueles que o contestavam quando chegou, na partida, viam nele um homem que soube entender, sem complexos, a história dos dois povos.

Expresso
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